5 dicas para driblar a inflação para as famílias de baixa renda

Nesta quinta-feira (14 de abril) foi divulgada a análise da inflação com dados de março feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nela, mostrou que a inflação acumulada nos últimos 12 meses atinge principalmente as famílias de baixa renda que ganham até R$1.808,79.

A explicação do (Ipea) na análise é a confirmação da realidade que sentimos no bolso no nosso dia a dia. O preço dos produtos que mais subiram no mês de março foram; alimentos, bebidas e transporte.

Dentro desse grupo foram muito afetadas itens que compõem a cesta básica como Arroz (subiu 2,7%), feijão (6,4%), cenoura (31,5%), batata (4,9%), leite (9,3%), ovos (7,1%) e pão francês (3,0%).

As famílias mais pobres sofrem ainda o impacto do reajuste das tarifas de ônibus urbano (1,3%) e interestadual (3%) e os aumentos de 6,6% do preço do gás de botijão e de 1,1% da energia elétrica. O peso desse item tem mais impacto do que o preço dos combustíveis por ser menos consumido pelas famílias de baixa renda.

Faixas de renda domiciliar mensal

1 — Renda muito baixa Menor que R$ 1.808,79

 2 — Renda baixa Entre R$ 1.808,79 e R$ 2.702,88

 3 — Renda média-baixa Entre R$ 2.702,88 e R$ 4.506,47 

4 — Renda média Entre R$ 4.506,47 e R$ 8.956,26

 5 — Renda média-alta Entre R$ 8.956,26 e R$ 17.764,49

 6 — Renda alta Maior que R$ 17.764,49.

Mas você sabe o que é inflação?

A Inflação está presente em nossas vidas há tanto tempo que é quase um parente. É constantemente acusada de trazer problemas aos nossos bolsos, mas será que ela é de todo mal? Veremos que não. A inflação tem algumas brechas que podemos usar a nosso favor, nos acompanhe até o fim e aprenderá.

A inflação é um desajuste econômico provocado pela alta de alguns preços, que tira simultaneamente o poder aquisitivo das pessoas. Tecnicamente, a inflação não deveria ser um problema, no entanto, o reajuste do salário mínimo que deveria compensar o aumento dos preços tem sido reajustado abaixo da inflação.

Ela é medida a partir de alguns índices, que conhecemos a seguir.

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Índices que medem a inflação.

Para se conhecer os níveis de inflação de determinado período, usa-se 4 índices básicos:

IPCA — Índice de Produtos ao Consumidor Amplo é o indexador medido pelo IBGE, e aponta todo o aumento dos preços da cesta básica. Seus tetos são estabelecidos, e quando os percentuais ultrapassam o programado, a inflação está alta.

IGPM — Índice Geral de Produtos de Mercado acompanha os valores dos gastos com serviços da construção civil e do comércio atacadista.

INPC — Índice Nacional de Preços ao Consumidor se dedica a analisar a renda familiar de até 5 salários mínimos. É um estudo que verifica os preços de produtos dos mais importantes na vida do brasileiro.

IPCS — Índice de Preços ao Consumidor Semanal acompanha o valor dos 388 itens mais importantes de uma casa. 

Esses indexadores são os que orientam o percentual da inflação. 

Porque a inflação está alta?

Muitas coisas podem pressionar a alta da inflação. Nos últimos anos o que pressionou a alta da inflação foi a Pandemia do Covid. 

Quando há uma demanda maior do que a oferta, ou seja, quando há uma procura maior por um produto e os produtores não conseguem atender a essa demanda, os preços dos produtos são elevados para que diminua o consumo e assim os produtores consigam atender a essa demanda.

O aumento dos preços gera mais lucro para as empresas e dessa forma elas conseguem contratar mais pessoas ou comprar mais insumos para produzir mais.

Por outro lado, para equilibrar os preços, a taxa de juros básica da nossa economia, a SELIC é elevada.

Com a taxa de juros elevada, os empréstimos e financeiro ficam mais caros, diminuindo assim o consumo da população, em compensação os investimentos atrelados à taxa SELIC se tornam atrativos e captam mais investidores estrangeiros.

A parte boa fica para quem tem dinheiro para investir, já a parte ruim fica para as famílias de baixa renda que precisam driblar a inflação para não passar fome.

5 dicas para driblar a inflação para as famílias de baixa renda

Entendo o quanto é difícil sobreviver com uma renda tão consumida pela inflação, por isso passarei algumas dicas que podem ser usadas para amenizar os altos preços dos itens de alimentação, bebidas e transportes.

Muita gente acredita no aumento da renda para conter os efeitos da inflação, porém uma família de baixa renda têm maior dificuldade em fazer renda extra por diversas razões, uma delas, é as mulheres de uma família de baixa renda acumula muitas funções como cuidar dos filhos, cuidar da casa por isso não sobra tempo para elas terem uma renda para contribuir com as despesas.

1)Carimbe cada centavo

Cada mês antes de receber o salário escreva em um papel cada despesa prevista para o mês.É muito importante anotar em um papel para terem uma visão geral do que faz com seu salário. Não confie somente em deixar as despesas anotadas na lembrança, com tantas preocupações você pode esquecer de pagar uma conta.

Quando receber o salário, separe o dinheiro em envelopes com o valor que você gastará no mês.

2)Viva dentro da sua realidade

Muitas vezes o orçamento pode ficar apertado por que você pode ter assumido uma despesa que gera ainda mais despesas no orçamento limitado.

Certa vez, uma pessoa queria que eu contratasse um plano de saúde. Na época, minha família sobrevivia com 1 salário mínimo de R$880,00. Ter um plano de saúde era algo que eu precisava porque tenho algumas doenças respiratórias que precisam de tratamento, no entanto, eu não poderia assumir uma despesa fixa por que isso significaria que eu teria que tirar das minhas despesas com alimentação que já estava no limite do mínimo possível.

Fomos pressionadas por alguns familiares a pegar o dinheiro de uma rescisão trabalhista para comprar uma moto. Todos os familiares tinham moto, então eles queriam que meu marido também tivesse.

Se tivéssemos comprado a moto teríamos passado dificuldade porque meu marido passou 2 anos desempregado. O dinheiro da rescisão foi usado para pagar as despesas mensais ao longo desses anos.

Viver dentro da sua realidade não é ficar contente em ser pobre por que não existe nada de glamoroso em passar fome ou deixar de ter pequenos confortos. Viver dentro da sua realidade é gastar somente o seu dinheiro porque quando uma pessoa ou banco empresta dinheiro ela vai querer de volta com acréscimos de juros.

3)Mude seus hábitos de consumo

Os péssimos hábitos de consumo são um problema grave ao ter um orçamento apertado, isso porque o dinheiro vai embora com coisas que poderiam ser evitadas.

Para driblar a inflação na conta de luz você pode apagar a luz quando não estiver em um cômodo, parar de ligar a TV sem necessidade, usar a máquina de lavar na capacidade máxima, se tiver chuveiro elétrico diminua o tempo no banho, retire aparelhos da tomada, etc.

Mude seus hábitos também quando for fazer compras de alimentação. Não compre grandes quantidades de frutas e verduras por que podem estragar antes do consumo, verifique a validade de todos os produtos, compre somente o que precisa e não compre somente pela promoção.

4)Priorize o essencial

Thiago Nigro fala em seu livro Do Mil ao Milhão sem cortar o cafezinho que:

“ O essencial nem sempre é essencial”

Thiago Nigro

Quando um educador financeiro fala sobre isso muita gente aparece para criticar, o que mais me entristece é ver que muitas críticas são feitas ou incentivadas por outros educadores que querem crescer gerando polêmica.

Se a inflação está consumindo sua baixa renda além da mudança de hábitos, controlar os gastos é preciso repensar seus gastos e talvez cortar um gasto para ter mais dinheiro para o essencial.

5)Acabe com qualquer tipo de desperdício

A mudança de hábito é uma forma de diminuir o desperdício. Com uma renda baixa, a inflação tirando o poder de compra não podemos deixar escapar nenhum centavo que não seja para algo importante.

Juros e tarifas bancárias é um dinheiro praticamente jogado no lixo, portanto cancele cesta de serviço e use uma conta digital, pague sempre suas contas de consumo em dias, se tiver cartão de crédito se planeje para pagar a fatura até a data de vencimento e evite parcelar compras com juros.

Agora que você chegou até o final da postagem leia também 110 dicas para economizar no dia a dia. A economia doméstica é uma forma de driblar a inflação no orçamento de baixa renda.